Dona da Porrah Toda

"Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real..."

EU X RELAÇÕES FAMILIARES # IRMÃ +NOVA





Imagem retirada do google imagens
 Tenho sonhado muito com minha irmã caçula. Eu não sei se já falei dela por aqui com vocês, mas não nos falamos. Depois de uma sequência de fatos e situações que batiam de frente comigo, partiu de mim cortar de vez a relação que havia entre eu e ela. Fiz isso naquela de irmã mais velha pra ver se ela se ligava do que estava fazendo consigo e com os que a rodeavam (principalmente família), mas infelizmente quando tive essa ação ela já estava completamente mudada, não adiantava mais. Então ficou assim, cada uma para seu lado, nada declaradamente explícito apesar de eu ser sempre a que gosta de tudo esclarecido e limpo, idependente da dor que isso possa causar. Nossa relação entrava sempre em choque por qualquer expressão de opinião e o diálogo entrou num patamar impossível, enfim, dexistimos mutuamente acredito.

Irmãos caçulas são sempre os mais mimados, imaturos e manipuladores de sentimentos (nem adianta chiar se você que esta lendo é um (a) irmão (ã) caçula e acabou de vestir a carapulsa kk, é a mais pura verdade, mas infelizmente você só vai conseguir tomar consciência disso quando nascer de novo em outra condição, sorry! rs...também não estou generalizando, só não conheço um caçula fora desse conceito rs) e aliando isso a uma diferença considerável de idade entre um caçula e um primogênito, torna-se ainda mais difícil e imaleável esse tipo de relação, no muito quando dando certo você verá um irmão (ã) mais velho (a) sendo visto (a) ou tratada pelo (a) caçula como se fosse um paizão ou mãezona até atingirem idade para diferenciarem; porém, aí já será um pouco tarde para esse tipo de relação tomar partido apenas fraternal.

Comigo e minha irmã caçula não foi diferente. Com uma diferença de idade de quase 10 anos e alguns agravantes que me fizeram de fato agir e cuidar dela como mãe por um bom tempo (auxiliada por minha irmã do meio, outra criança em idade na época), nunca conseguí me desvenciliar dessa condição "mãe" fazendo sempre a parte chata que a verdadeira mãe nunca quis assumir (até hoje ela só assume o cargo quando tudo está bem, falou em conflito, precisão,estressa e dá logo um jeito de sair fora sem ficar queimada e/ou transfere a culpa, nunca soube exercer de fato sua maternidade, apesar de sempre presente em casa para nos "criar".

Se eu pudesse fazer um pedido a todas as mães do mundo que pensam em ter mais de um filho eu diria, não façam de seus filhos mães e pais de pouca idade, jogando nas costas deles a responsabilidade e cuidado que são seus enquanto pais e mães. Pedir ajuda uma hora ou outra, nos ensinar a cuidar de nossos irmãos nos torna mais capazes para enfrentar o mundo e ter responsabilidade, mas jogar nas costas de uma criança ou adolescente um filho que não é dele só o detonará como ser humano fazendo-o perder a chance de viver a sua idade. Pensem nisso.

Até a chegada da sua adolescencia nossa relação ainda era boa, eu era a irmã mais velha que não fazia nada sem levar ela junto e como sempre fiz isso pra mim não era obrigação, ela era meu chaveirinho rs, minha melhor amiga, apesar da pouca idade e a recíproca a meu ver também era verdadeira, eu tinha com ela o que eu nunca (leia-se aqui ate que enfim, olha quem amadureceu, bem vinda ao clube rs ) tinha tido com minha irmã do meio que até seus 20 e poucos anos fazia o caos na minha vida e isso me fazia não acreditar muito numa melhora dela kk ( ela já está melhor hoje galera, não precisa esconder as crianças kk).

Acho que o ponto chave para nossa "final relação" começou em meio ao treze, quatorze anos dela, que foi quando morando eu, ela e minha mãe (época de inferno maior entre minha mãe e meu pai já separados litigiosamente, porém longe de darem paz a gente onde minha irmã do meio ficou morando com meu pai e nós com minha mãe) numa espécie de prediozinhos, pagando aluguel, ela "encantada" com um "guela fina" (leia-se aqui trouxa metido a rebelde roqueiro que não definia se queria ouvir rock ou dançar funk, a criatura mais feia que eu já ví na vida até hoje e olha que eu não sou mesmo o tipo de pessoa que costuma classificar fulano ou ciclano como feio ou bonito) e a possibilidade de ter uma amiga mais velha (bota velha nisso, a mulher na época tinha o dobro da minha idade, nem a metade da minha maturidade e agia como uma piranha velha cachaceira disfarçada quando perto da minha mãe apenas como uma tresloucada) resolveu enfiar a cara na bebida nas horas em que minha mãe e eu estávamos trabalhando, aprontando todas por lá; coisa que só ficávamos sabendo quando vizinhos de porta e da rua, vinham reclamar constantemente, fazendo nosso filme queimar no local (ainda era a época em que mulher separada com filhas mulheres morando sozinhas não era visto com bons olhos, então podem imaginar néh?!).

O problema todo é que minha mãe como disse nunca assumia a parte chata e transferia para mim a responsabilidade de resolver tudo, só que na hora que o pau quebrava (porque na minha cabeça resolver foi sempre resolver) ela sempre agia levianamente no final me ferrando na história (meus pais não sei porque nunca gostaram da nossa amizade como irmãs, nós 3, sempre queriam nos ver uma contra as outras e eu nunca entendi isso, até hoje é assim), e o que rolou não foi diferente. Como ela não fazia nada e eu via minha irmã se afundando cada vez mais (ela chegou ao ponto de ficar bebendo batida disso com aquilo o dia todo, fumando e Ozzy sabe lá mais o que) naquela merda sem nem ter idade ou cabeça para aquilo, radicalizei e dei um aviso, ou ela parava ou eu faria ela parar (o problema maior da época é que meu pai assim como minha mãe estava pouco se lixando para a gente, o foco era ferrar um completamente o outro e que se dane o resto, então não tinha amparo de nenhum adulto nisso) e as conversas foram ficando cada vez mais agressivas entre a gente e ela começou a agir como minha irmã do meio na época agia, tramando, inventando coisas, mentindo, tudo para fazer minha mãe me tirar de casa para não atrapalhar seus planos de "garota aos 13" não medindo consequências.

Isso não podia dar em outra coisa. Nossa raiva de cão e gato estourou num dia como hiroshima e entramos as vias de fato no dia em que cheguei em casa mais cedo (era por volta de meio dia ou algo do tipo) e a peguei matando aula enchendo o c* de batida de vinho com leite condensado e fumando, completamente alterada, agindo como uma putinha de 13 anos. Só lembro de ter pego meu celulão da época (lembram dos siemens da vida, pois éh, aquilo já foi moda kkk) e dito que iria ligar para minha mãe e contar tudo, tava cansada e determinada a fazer minha mãe resolver aquilo de um jeito ou de outro porque eu já não aguentava mais. Ela enfurecida com minha atitude partiu para cima de mim e aí a cena que se via era eu tentando não arrebentar a cara dela (consciente do meu tamanho, peso e idade) mas ao mesmo tempo lhe dando os tabefes merecidos porque a meu ver aquilo já tinha passado da hora de acontecer. Eu queria respeito, o respeito de quem a tinha criado e da amizade que até pouco tempo antes de tudo aquilo ela tinha por mim, mas depois desse episódio nunca mais o ví. Pra resumir essa época, minha mãe pra variar e numa atitude radical de quem nunca se responsabilizou por nada se calou para a razão e eu que já não aguentava mais muita coisa por muito tempo acabei me expulsando de casa, saí dalí matando a mãe irmã que eu era. Esse foi o meu morar sozinha aos 17 para 18 anos servido a la carte como entrada uma dormida de noite na rua encostada na porta de um amigo de escola, sem mala, sem nada, só o crachá e o uniforme de trabalho do dia seguinte e muita raiva da droga da vida que eu levava.

Depois disso, nossa relação mesmo depois de um tempo restabelecida nunca mais foi a mesma, ela melhorou da fase dos 13 mas aos 20 veio outra fase, sempre manipulando sentimento e ignorando os meus,os seus, os nossos. A forma como ela encarava a vida passou do radical para o estático, ela cresceu o tipo de pessoa que você não ia querer na sua casa, não lavava o copo que bebia, não arrumava a própria cama, saía para trabalhar, voltava e passava a vida estirada no sofá ou deitada na cama vendo t.v e te pedindo coisas, não demorou muito para termos um novo arranca rabo por causa desses motivos e numa nova via de fatos cheguei a conclusão de que aquela caçula que eu carregava pra todo lado comigo, de mim, nem por amor, nem por dor, nem por convívio, não tinha herdado nada, entreguei ao tempo e a insistencia esperançosa da minha irmã do meio a expectativa da melhora...Desolei.

Morando com meu pai agora até pouco antes dele tambem se cansar e resolver viver sua vida em outro lugar, explorava o velho que sempre faz por ela o que ela deveria fazer, ignora o amor dos sobrinhos tratando-os ora com indiferença ora por trato, sem atitude, sem amor próprio, se sujeitando a migalhas de amor de quem nunca teve por ela nenhum sentimento construtivo ela arrasta o que chama de vida na mesma de sempre, alguns amigos falsos, poucos verdadeiros que não lhe dão conselhos para mudar de vida, da família só os que conseguem passar pelas atitudes dela e agir como se não fosse nada o que ela faz e uma solidão que na frente da gente ela finge não ter, não ligar, mas que soterra as noites dela no mesmo quarto enfurnada.

Eu do meu lado como todo mundo na vida tenho minhas perdas irreparáveis, que mesmo eu segurando muito a linha e mantendo o curso a frente (porque da vida eu aprendi que olhar para traz só machuca muito) não tenho o porque de esconder que algumas vezes, vezes como esta em que lembro do que foi e do que não é mais me pego naquele choro doído que só quem tem saudade sabe como é. É desse tipo de choro que sobe apertando a garganta e faz doer a cabeça no final e transforma seu dia num dia onde você não sabe porque não consegue deixar de estar triste. Eu tenho muito esse choro quando me vem a saudade da minha avó paterna, Sinhá,construtora de mim no carater e no silêncio que tenho para ter a paciência de esperar. Do meu vô Armando, pai do meu pai que me fazia sentir o amor que ele tinha por mim que nem a seu filho mais velho deu; e dela, o chaveiro que eu carregava do lado esquerdo do bolso acreditando que sempre estaria comigo, aquele tipo de chaveiro que você bota nas suas chaves principais só para toda vez que for usar ficar olhando para ele e que num belo dia, ao pegar as chaves para abrir o portão da entrada da sua casa você inconsolávelmente e arrasada percebe não ter mais.

not so far away...

PRONTO FALEI:  Falar de família pra mim é um trabalho de exercício da alma por ser difícil e dolorido pelo passado e o motivo de eu ter escolhido falar primeiro da minha irmã caçula a de repente meus pais ou minha outra irmã está ligado intuitivamente ao fato de já a dois dias estar sonhando com ela sem parar, ficando durante o dia num estado de melancolia esquisita. Mais complicado ainda é postar isso aqui no blog, pois mesmo já tendo abandonado a fase do "quem cede primeiro é o perdedor" sei que provavelmente se ela lesse isso não entederia a essencia do texto, se apegaria a frieza do pensar que "quem perdeu foi eu", sendo que é visto e aparente que numa relação como a nossa, perdemos nós duas, a oportunidade de manter fiel a amizade que um dia pactuamos que seria para sempre. E eu sou dura como rocha por ser sentimental demais e não sentir por isso vergonha em dizer que sim, estou chorando demais agora enquanto publico e releio este post. Para os leitores, meu momento mais guei, ouvindo Time - Pink floyd então só contribuiu,confidencio.Fato!