Dona da Porrah Toda

"Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real..."

O DIA QUE NÃO TERMINOU #1

"Eu ainda estou doente, ainda sinto dores fortes que me levam as urgencias da vida, ainda não sei o que tenho, vou passar hoje num especialista e não dormi de dor e ansiedade, mas consegui vir aqui por hoje. Se amanhã não aparecer, continuo quando der, importante é vocês saberem que eu ainda não morrí, e continuarem vindo aqui e torcendo por mim...pena mesmo não consegui escrever pelo celular". Saudades de todos, da minha vida rotina e do meu blog, Abraços e se eu puder pedir algo, pensando ou lembrando de mim, não digam "coitada",  mentalizem minha melhora, acredito em energia". Nefasta.

O DIA QUE NÃO TERMINOU

Achei que não ia consegui vir aqui mais este ano. Graças a Ozzy a fase do morre ou não morre passou e estou agora naquela fase em que as dores não vão embora, os analgésicos quase nenhum efeito, tentando achar a saída e o diagnostico do que tenho. Como isso depende mais do Sistema merda de saúde a que somos sub-julgados que qualquer outra coisa, já devem imaginar em qual situação me encontro atualmente, leia-se aqui completo desespero.
Sem dinheiro para partir para um tratamento particular e sem saída também, resolvemos dias atrás a tirar dinheiro de onde não tínhamos para procurarmos um médico especialista e ver se conseguimos pelo menos uma luz do que fazer. É isso aí pessoal, estamos completamente perdidos, sem chão, sem dinheiro e quase sem esperança, porém, com um instinto de sobrevivência ainda pedindo para rexistir e lutar. A quem não me viu ou ouviu há algumas semanas atrás pode ter certeza que tenho motivos para isso, pois desse buraco fundo e negro já estive pior, pois não acredito que exista algo pior que sentir que vai mesmo morrer e isso fugir completamente de só uma sensação; eu estive mesmo quase do lado de lá e não vi nenhuma luz no fim do túnel me chamando de volta, não ousei pregar os olhos pra isso; foram noites e dias gastando a força que eu já não tinha para sair daquela situação e embora esteja somente vendo ainda a ponta de um enorme iceberg a escalar, me sinto vitoriosa vendo que consegui rexisti ao que passei. Mas você deve estar se perguntando o que tive afinal, não é?
– Sinceramente a essa altura só me importa o que eu apesar de muitas suspeitas não descobriram ainda, o que passou já passou, mas entre meros curiosos e os que estão preocupados de verdade, não vou deixar vocês sem saberem, porém, devido minha situação atual virei aqui aos poucos e se sumir, podem saber que ou devo estar em crise de dor em casa ou voltei para o hospital, mas provavelmente vocês conseguem me achar no facebook...sim, atualmente estou conseguindo usar mais o face móbile, aplicativo para celular, pois consigo usar deitada na cama, virada de lado, de barriga pra cima, posição fetal de dor, enfim, melhoro um tiquinho ou vendo aquela dor começar tento tirar a dor do foco da mente, escrevo por lá, status com notícias de como ando, pensamentos depressivos ou de humor nefasto, coisas que vem povoando minha mente na hora da dor ou sob medicação... coisa que meu note não permite, pois qualquer esforço no abdomem já me dá uma crise de dor insuportável, e é assim que ando ultimamente dor controlada num minuto, crise no minuto seguinte, então estou evitando mesmo. Caso queiram ou tenham facebook podem me enviar convites que adicionarei e tentarei manter contato (nefastaloja@hotmail.com ou pelo likebox disponível aqui no blog), só peço não ficar me perguntando o que eu já escrevi aqui porque por celular com net de operadora vagabunda não dá pra dar muito detalhe ou ficar me estendendo, cai mesmo, o tempo todo, toda hora e há vezes que não consigo reconectar, por isso até que venho sempre que agüento escrevendo este post num rascunho aos poucos para que, quando o postar resolver essa aflição interna dos meus amigos e ficarem todos cientes de onde, como e quando eu estou.
Bem, falando do que eu tive, tudo começou um dia depois do meu ultimo post por aqui, na ultima semana de setembro (isso mesmo, setembro, hoje por sinal tudo isso esta fazendo aniversário, dois meses de dor classificação laranja nas urgências, internações, medicamentos cada vez mais fortes e eu, sem um the end feliz ou pelo menos diagnosticado... canto um parabéns???). Devem reparar como que um diagnostico na vida da gente muda tudo ou dá um caminho, porque a dor sem explicação talvez seja o fator que mais deprima quem se encontra numa situação como a minha. Por mais que eu tente lidar com algum humor escasso e oscilativo nesse meu período, a doença indefinida e desamparada de tratamento me abateu completamente, não nego; mas tento ser blasé e fingir que tenho mais forças do que realmente estou sentindo por dentro, procurando me amparar no que sempre fui, uma pessoa de humor negro otimista, tentando passar pelos dias até esbarrar em uma ajuda ou solução.
Voltando ao assunto, depois da ultima semana quando achei que tinha adquirido apenas uma infecção de urina, provavelmente por meus problemas de cálculos renais e sendo a única coisa que sempre acusava nos exames de urina, dei inicio ao meu calvário particular. Foi um antibiótico atrás do outro sem resolver, a dor que desde o início não fora no baixo ventre, foi atacando tudo e cada ida aos hospitais de urgência, eu saía pior e voltada na mesma semana. Ficando duas semanas no HOB de belo horizonte, onde passei por internações que foram desde a cadeira de espera, pilastra próxima aos sanitários públicos da urgência, conseguindo uma maca somente no 6º dia de internação e indo de fato para o setor onde eu deveria estar a apenas 3 dias da alta que tomei, sendo tratada ali durante todo o tempo apenas como infecção urinária e crise de cólica renal, fui logo que possível liberada e sem melhora, recebendo os encaminhamentos de acordo com que julgavam que eu tinha e um bolo de exames, ultrassons, tumografias, raio x que fizeram em mim, porém e muito limitadamente ao que julgavam que eu tinha, porem com vários motivos para não me dispensarem do nada, mas aconteceu.
Da saída deste que até então eu considerava ser o melhor pra mim é que tudo piorou, com 19kg perdidos sem explicação aceitável, entre dores e náuseas, diarréias e aquele estado de se ver queimar insuportavelmente por dentro, não fiquei uma semana direito em casa e a dor, a dor já não era nem de longe a mesma que eu tinha, espalhada pelo abdomem, com crises fortes que oscilavam entre um estado diarréico severo e o que parecia uma melhora dele, náuseas fortes, sensação de câimbra e paralisamento do abdomem muito parecido com contração de gravidez não agüentei e pedi para me retornarem ao hospital, não estava bem, nada bem e no caminho de retorno ao tive uma crise de dor que embora só precedesse o que eu iria passar foi demais pro meu corpo que já demonstrava grande fraqueza e tive o meu primeiro desmaio ficando inconsciente por um periodo, indo por este motivo, parar em outro hospital, o temível, nada higiênico e pouco interessado no tratamento de seus pacientes, Risoleta Neves, de venda nova.
Mesmo com tantos predicados, foi lá que após uma sucessiva e repetição de exames tiveram a idéia de fazer uma cultura de urina mais especificada e apesar de até hoje eu não me conformar com aquele POLIQUEIXOSA que colocaram no sumário de alta, que na medicina significa pessoa que reclama de dor sucessivas propensa a não ser nada, hoje já mais justificado pelas suspeitas levantadas por outros médicos, de outros hospitais que passei posteriormente pelo menos tive um inicio de começo de fim (eu achava), pois encontraram ao que ate então só foram me falar e mal explicar na alta para continuidade do tratamento em casa...”uma infecção de urina mais complicada, porém perfeitamente tratavel em casa, tome os remédios e depois de 10 dias terminados repita a urocultura no posto de saúde”, disse a medica, porém escondendo de mim o grande detalhe, infecção por klebisiella pneumoniae, uma superbacteria rexistente de infecção hospitalar que só se fortaleceu com as dezenas de antibióticos interrompidos pelas quais passei e que se não fosse minha nerdice de querer saber depois de 4 dias tomados de antibiótico sem nenhuma melhora, o que era aquele nome esquisito no sumário de alta e porque God, eu só fui piorando com os dias, nunca saberia. Parabéns Presidenta, a sra. que nunca deve ter dependido de S.U.S para tratar sua saúde na vida, vem olhando e cuidando bem da saúde do seu povo.
Me liberaram e mais uma vez,desta vez por uma infelicidade e falta de atenção dos médicos não fiquei de novo um dia sequer em casa. Tão logo cheguei em casa, foi só o efeito da medicação constante aplicada nas veias perderem efeito que a dor foi tomando de forma rápida, eminente e totalmente sem explicação todo meu corpo. Estava muito fraca, não enxergava nada além de borros, não conseguia comer, as dores do baixo ventre me fazendo ser levada ao banheiro a todo momento e mal conseguia me sentar ou levantar do sanitário. Cai por diversas vezes dele, um estado que fez minha mãe desesperar e toda família temendo me ver sucumbir a morte na frente deles. Meus corpos tremia todo por dentro e por fora, minha garganta parecia tampada e não achava o fundo do pulmão, respiração fraca, doída, nem água consegui beber, apenas molhando algodão na boca para não piorar. Tudo isso no mesmo dia da alta e subsequentemente, porém na tarde desse dia resolvi gastar o resto do que tinha e comprar além do restante receitado, a medicação para dor, tramadol solução, 8 gotas, tomei 6 e foi só o tempo de ver minha mãe me colocando na cama indo para cozinha preocupada de tentar fazer algo que eu aceitasse comer para que eu tivesse a reação que foi imediata. Costumo dizer que foi pá e ploft, foi tomar, sentir bater no estomago, subir pra cabeça, a garganta estreitando, o peito repuxando uma dor no coração que fez meus olhos estalar e não consegui me mover e pronto, todo lado esquerdo foi se repuxando muito rápido sem me dar chances de pedir ajuda, fiz o que consegui, tentando acertar meu celular em algum lugar que fizesse barulho, mas minha mãe não ouviu...15minutos disso e a sensação que ia morrer ali, tão perto de todos, cheguei a ver meu filho e minha mãe passar pra lá e pra cá, mas nenhum olhava pro quarto, o calor insuportável do dia ajudou o remédio a me ferrar, meu estomago vazio tambem, já tinha tido um principio disso, lembrava do sintoma, do desespero interior, da agonia e sensação eminente de morte, foi a muito tempo numa das minhas idas ao HOB, quando administrado morfina e também plasil, remedios que eu descobri dessa forma ser alérgica, porem nada comparado ao que eu senti com o tramadol, motivo, no HOB tão logo perceberam a reação me deram a medicação que corta o efeito e ouvia o medico me pedir para ficar calma, o aumento da pressão sanguinea disparada pelo nervosismo, desespero só faz a reação piorar, podendo chegar onde cheguei ou mais longe, morte.
Infelizmente não tive calma para isso, não achei que fosse reação, embora caída e travada nas quatro, repuxada toda pra um lado achei que o que estava tendo mesmo era o temível AVC ou um aneurisma, tantos casos na família, e com o fato de não consegui pedir ajuda, só escorri lágrima e pensei, vou terminar desse jeito, lembrando de como encontrei meu cunhado a um ano atrás, filho da minha sogra, comentei dele aqui em outros post’s, morto por um ataque de AVC fulminante. Felizmente não foi dessa vez, meu filho passando correndo resolveu me espiar e vendo minha condição correu dizendo a vovó que a mamãe estava torta e gemendo, eu ainda me emociono lembrando disso, nó na garganta e choro, desculpem...continuo depois.