Dona da Porrah Toda

"Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real..."

HYZABHOH MARYAH

Houve um tempo em que, quanto mais diferente, esquisito,comprido, inimaginável (imagina sua filha batizada de Dordivagina???) e impronunciável o nome de batismo fosse, mais sentido fazia para os pais da época. Foi por conta inclusive desses devaneios paternos (Um dois três de Oliveira quatro que o diga ! kk) seguidos de processos intermináveis para mudança de nome movidos pelos  filhos crescidos, constrangidos e revoltados pelos nomes que carregavam, que a lei federal de 1993 resolveu dar um basta nessa brincadeira sem graça e coibir essa "atitude criativa" dos pais sem noção. Apartir daí ficou praticamente impossível registrar seu filho com aquele nome que só você e seu conjuge achavam lindos...(tadinha da minha irmã caçula, até hoje ela não entende porque de Glaucia e Gleice só ela recebeu o nome de Jos...em respeito a ela não vou divulgar seu nome, mas ouvindo de primeira é esquisito!..agora ta explicado, nasceu antes do vigor da lei).

Porém, a lei radicou demais e até nomes normais começaram a ser barrados ao se imaginar possível constrangimento, etc e agora, o que a lei conseguiu, foi só mais processos nas costas, movidos pelos pais (um pouco mais sensatos) que tentam liberar os nomes escolhidos para registro. Foi o caso dos pais de patos de minas, minas gerais que ficaram nove meses (quase o mesmo tempo de gravidez da mãe) para conseguir registrar a filha com o nome de Amora (clique no nome e acesse a matéria sobre o caso) e atualmente, com um pouco mais de compreensão do porque da justiça "barrar", outro casal de curitiba tenta o registro da filha como Hyzabhoh Maryah (lê-se isabô mariá pra quem não entendeu a escrita ), nome eleito pelos pais como forma de homenagear seu filme preferido "O feitiço de Áquila"; onde a personagem de Michelle Pfeiffer faz o papel de Isabeau d'Anjou (Isabel dos Anjos), onde ela e seu amado são amaldiçoados e condenados a se transformarem em animais, um durante o dia, o outro a noite, ficando assim impossível o encontro entre ambos.

A história do filme é linda e o casal de pais aficcionados pelo filme tem até motivos para quererem registrar a filha, talvez a forma da escrita é que esteja "embaçando" o desenrolar da história; é o problema do brasileiro (chega a ser baranguisse em alguns casos, confesso!) em querer as vezes emperequetar demais o nome com excessos de ypsilons, dablius, ésses, agás e sei mais lá o que que dificulta o processo. Nesse caso mesmo, embora pareça injusto a justiça querer nos impedir de registrar nossos filhos com o nome que queremos e achamos lindo, é plausível e compreensível desde o lado mais simples e pratico (a pronúncia) até de repente olhando o lado da criança mesmo, como a dificuldade que até nos adultos temos para escrever o nome.

Não sei o que a justiça vai resolver nesse caso, já que o mais engraçado é que o casal tem mais duas filhas com pouca idade, ou seja, em pleno exercício da lei e ainda sim conseguiram registrá-las com os nomes de Rhayhanna e Alllyrhah (o último nome pronuncia-se como Alirrá caso alguém ficou na dúvida), o que, olhando por esse lado injustiça seria então não deixar o casal registrar a filha como querem porque aí sim esta criança poderia ser vítima de deboche ou piadinhas, ou provocar  esse tipo de constrangimento as irmãs, pois estariam de certa forma quebrando a sequência dos nomes exóticos e causando aí um mal estar para com as crianças (tow falando bobagem?!), esse tipo de coisa eu conheço bem, já que eu e minha irmã do meio temos nomes comuns e minha irmã caçula recebeu um nome criado e o porque nos seguirá eternamente, já que ninguém entende porque nós duas recebemos nomes vistos por eles como normais e só minha irmã caçula tem um nome "nada a ver".

Pra encerrar o assunto, essa coisa de nome comum, nome exótico é muito relativo, já que existem nomes claramente simples sendo barrados pela justiça (o caso do registro do nome do meu filho mesmo foi um, não cheguei a precisar mover ação já que no segundo cartório registraram normalmente o nome, mas vamos e venhamos, que dificuldade, constrangimento, ou qualquer coisa do tipo o nome Enrico pode trazer a uma criança?!), o mesmo afirmo também no caso dos pais da pequena Amora (nome que aliás coicidentemente amo e sempre tive como provavel escolha para nome de uma filha se fosse o caso). No caso da pequena Hyzabhoh Maryah, talvez a dificuldade esteja em aceitar um registro com tantos agás e ypsilons, vai saber..mas e a quantidade de isabeles com dois éles e ypsilons, fora os jhonatas e stefanys da vida que estão cada vez mais longe da forma escrita original e ha quem entre em pânico hoje em dia só de pensar em escrever Maria, felipe, joão porque na eminência da criatividade surrealista humana está cada vez mais complexo e passivel de se ouvir "soletra por favor" a simplicidade que deveria ser e carregar o próprio nome.

reportagem sobre HYZABHOH MARYAH retirada daqui!

Nota da blogueira: E eu que queria ter uma menina só pra registrá-la de Amora Elektra Sabbath de Q. P. ...verdade!