Dona da Porrah Toda

"Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real..."

Suor frio, garganta seca, taquicardia e choro convulsivo...isso é Ozzy no Brasil

           A última vez que ví Ozzy foi a alguns minutos folheando minha Roadie Crew (revista mensal que todo metalhead de respeito deve possuir sem dó nem  piedade para prazer e conhecimento próprio no que se refere ao nosso estilo de vida e música) very especial master Black sabbath Ozzy Osbourne; mas a última vez que ouvi falar de Ozzy no Brasil foi em 2004 na t.v, mais precisamente na rede minas no programa alto falante, que mostrou flashs da turnê dele por aqui...eu sinceramente parei de prestar atenção no que foi mostrado pois tão logo apareceu a imagem dele na t.v em cima do palco movendo milhares de bangers em uma de suas melodiosas obscuras canções, literalmente me debrucei em lágrimas e rolou aquela coisa do peito apertado, taquicardia e garganta seca, em outras palavras, chorei que nem "mininin" como se diz num bom mineirês hehehe...chorei...chorei nessa hora, depois que acabou a reportagem, na hora que fiquei sabendo que ia rolar o show dele aqui no Brasil, depois que ele foi embora, virei pra variar uma portadora da síndrome do dramalhão mexicano, pois não aceitava o fato do meu querido, motivo das minhas brigas, inestimável, amado, insubstituível, Master, onipotente, onipresente preferido ídolo ter pisado por aqui e eu ousar não ter grana pra ir no que até então, considerava ser o último show, justamente por ter ficado sabendo em cima da hora (em cima mesmo, pois quando fiquei sabendo o show ia ser no dia seguinte).

Pra que todos entendam o motivo do exagero acima, eu já tinha perdido um show assim a muitos, muitos anos atrás por não ter idade suficiente quando Renato Russo junto com a legião Urbana veio aqui em Belo horizonte, e embora muitos tenham dito que o show rolou uns revertérios e talz, para mim pouco importava, pois o que importava pra mim era ver, mesmo que de longe, o cara que me ajudava a segurar as pontas, que dividia comigo sem saber em forma de música seus/meus problemas, o amigo que me confortava na minha solidão cotidiana, no meu sofrimento (tenso isso não ?!), bla bla bla (R.R e legião urbana fizeram parte de uma época tensa da minha vida que prefiro não detalhar, mas eram meu alento e não tenho vergonha de dizer isso, fora que o cara não era comum e jamais haverá outro semelhante em sua forma de interpretar sentimentos, dores,duvidas lagrimas e sonhos e por aí vai).

Essa foi a minha primeira grande frustação na vida, a perda irreparável, principalmente porque logo depois disso ele veio a falecer, e eu amarguei isso muito tempo pois era uma esperança (presenciar um show dele um dia e isso findou alí naquele momento). Eu era uma verdadeira e amante legionária, dessas de montar pastas de recortes, ter todos lps, k-7, cds originais (até porque o máximo que se podia fazer antigamente era copilar as músicas numa fita k-7, que deve ser o primórdio da pirataria no Brasil kk, mas nem digo isso, porque antigamente não tinha essa coisa de fã que é fã ficar roubando seu ídolo, baixando cd pirateado na net ou o golpe do "eu baixo ou copio porque não tenho dinheiro pra comprar ou não vale o preço do cd" e sim, as pessoas copiavam as musicas para ter acesso ou conhecer o que futuramente acabavam massivamente comprando...então concluo como uma pirataria positiva e estimulatória para vendas kk) todo e tudo no mundo de Renato Russo eu devorava, sua particularidade como pessoa, sua inteligência, sua gana por evolução, revolução eu consumia... eu era fascinada com ele, com a forma tão autêntica dele ver a vida, lidar  com as pessoas, tínhamos muitas afinidades embora não o tenha conhecido pessoalmente, todo legionário o era e ainda é, pois quem foi fiel a filosofia Renato Russo de viver e observar tudo a sua volta, quem entendeu seus recados, lidou e interpretou intimamente suas canções será para sempre e antes de tudo, fiel a sí mesmo em atitude e carater incorrompíveis, um legionário. Pra vocês terem uma idéia, mesmo eu curtindo um som mais pesado hoje em dia, até hoje mantenho essa pasta de recortes, os cds, lps, tenho todos os livros referentes ao Renato e a legião e sigo a filosofia que aprendi a entender, respeitar e amar...enfim.

 Ozzy na minha  sempre correu alí paralelo a  Renato, posso dizer que musicalmente na minha vida, R.R supria meu lado introspectivo, as fases da minha vida com tendência de se isolar, posso dizer meu momento fênix e Ozzy é meu lado Ser, meter as caras, meu lado fodas de viver, é bem o que vivo no amadurecimento inconsequente da minha vida. Renato foi meu 8 e Ozzy é meu 80 vital.

Só posso dizer que ao saber que Ele voltaria aqui no Brasil foi como viver um milagre,mais que isso, pra mim a oportunidade concreta de ver o meu deus materializado no heavy metal e de perto, e como se não bastasse toda essa dádiva concebida a mim e para os que  o amam quase que nocivamente, ele ainda passará por aqui em Bhe, o extase, o auge do meu orgasmo auditivo, fazendo com que todos aqueles sintomas mortais me voltasse ao corpo em 270 volts... suor frio, garganta seca, taquicardia e choro convulsante!

E, antes que você me pergunte...sim, claro que vou...dessa vez eu vou !