Não seria anormal então usar do mesmo artifício para se livrar de algo que não entende ou não consegue resolver, porque não, já ficou normal fazer isso (quem consegue assistir um noticiário de t.v sem ver uma reportagem sequer de alguém ter matado outro por pura estupidez ou banalidade, movido segundo ele pelo impulso do momento ou raiva que atire o controle remoto, pois eu particularmente nem ando assistindo o jornal local, pois mesmo mudando de canal parece que a gente só vê isso).
Braço do meu marido |
De volta do hospital apenas com uma anti rábica pois devido a doença não pude tomar anti inflamatório nem antibiótico e graças a Ozzy (o outro, o deus rs) não precisei tomar pontos, a minha primeira medida foi ver como ele reagiria ao me ver, já que dois dias atrás havia mordido meu marido (merecidamente se quer saber) e ainda estava stressado pelo episódio e ainda havia meu filho, um risco de um terceiro ataque causado pela teimosia e brincadeiras onde meu filho como toda criança de 6 anos, faz o cachorro de gato e sapato, e admirem, ele deixa...mas a essa altura poderia ser mal interpretado por ele e causar aí até mesmo uma tragédia, vai saber. Pirei!
Ozzy e meu filho disputando a janela da cozinha rs |
Desde essa época nenhum de nós três ficou normal. Susto aqui é mato e acontece por qualquer coisa, tem hora que nem eu entendo porque me assustei com algo de tão tolo que foi, mas os sustos que tomamos reviraram nossa cabeça. Desde essa época Ozzy passou a ter pânico de estampidos, barulhos como os de fogos de artifício, balões de festas, qualquer coisa que o remetesse de volta aquele barulho do dia, que o fez entrar em casa a galope e se enfiar embaixo e em cima da cama, sem saber o que fazer. Depois disso nunca mais ficou digamos, normal.
Nessas entradas em casa sem mais nem menos, muitas vezes por barulhos, outras vezes sem motivo aparente, a ira do meu marido foi se acentuando e o que era então só reação de um instinto animal, passou a ser a hora da briga, da luta para tirá-lo de dentro de casa. Pra piorar ele sempre escolhia os mesmos lugares, a mesa de centro que fica no canto com fotos e o rack do computador tunado do meu marido, por si só motivo de arranca rabo e diversas brigas e crises entre nós (eu e ele), que dirá o desaforo de um cão que ao ver dele o desafiava escolhendo justo aquele local sempre e várias vezes quase jogando o PC no chão. Virou o caos.
Das conversas incisivas para ele sair passou-se para cutuques com cabo de vassoura, vassouradas para atiçá-lo a morder e assim meu marido conseguir laça-lo e levá-lo para fora e a medida que ele ia entrando e se escondendo de novo no local inadimissível por meu marido os instrumentos de ataque e pressão iam ficando cada vez mais agressivos e desnecessários na minha e opinião do meu filho, uma criança de seis anos que assim como eu, entendia melhor que o pai que o lance era deixar o Ozzy acalmar e sair sozinho ou acalmar para tirá-lo, fazer raiva no cachorro só aumentava a raiva dele, nada mais. Ignorância a parte e falta de bom senso para entender o que todas as vezes insistíamos em explicá-lo chegaria o dia em que o cachorro se cansaria disso e o atacaria, cada briga sentia isso e de certa forma até desejava que Ozzy lhe passasse um susto para ver se assim ele parava e resolvesse usar sua cabeça, afinal o irracional é o Ozzy. Pena mesmo foi ele precisar tomar um talho no braço para compreender e se arrepender do que fez. Antes tarde do que morto, penso eu.
Por fim, com o passar dos dias de observação e por algumas coisas que aconteceram e outras que fui notando, percebi que talvez o stress do Ozzy esteja além da ignorância que meu marido agia com ele,há mais podres no purgatório do que possa supor nossa superficial explicativa, nada que ficasse encoberto por muito tempo porém. No sábado passado, com muito medo dele me travar os dentes novamente confesso, consegui dar um banho nele e tal foi meu espanto ao ver que ele estava completamente infestado de pulga e carrapato, por causa da sua tonalidade de pelo não víamos de longe, mas no contato deu um nó na garganta, meu Ozzy nunca ficara assim e por mais que eu procurasse justificar mesmo com 5 meses fora de casa, por estar o local limpo era impossível que aquela infestação fosse devido a falta de cuidados ou má higiene do local, fiquei sem entender mas imediatamente comecei a providenciar coisas para acabar com aquilo e devolver a tranqüilidade do meu cachorro, pois julgava ser aquilo o motivo do seu atual comportamento. Infelizmente acredito hoje não ser.
No mesmo sábado, a tarde saímos de casa, voltando somente a noite e durante esse período coisas aconteceram, coisas essas que deixaram rastros e denunciaram que o problema do Ozzy talvez não fosse somente as pulgas, os carrapatos e a ignorância passada e arrependida do meu marido, ele estava sofrendo judiação nas nossas ausências, o quintal estava repleto de pedras de cascalho e pedaços de tijolo que iam de pequenas a tamanhos de causar revolta, até aí julgamos ser apenas traquinagens das crianças da vizinha viúva do cara assassinado, pois no lote também tinha uma bola, provavelmente o motivo de tantas pedras no quintal, alguém tentara pegá-la e o Ozzy que não gosta muito da vizinhança e como todo cachorro ataca estranhos que por ventura venham a se dependurar no muro se enfureceu, os fazendo atiçar ou vai saber jogar as pedras para machucar o cachorro. Porém na hora que meu marido foi colocar a ração da noite para Ozzy percebeu em seu pescoço um vermelhão que ao se aproximar constatou que era um corte, um rasgo aparentemente, um buraco sem pelos em volta abaixo da orelha, tentando enxergar o que seria não viu nada alem do local purgando um óleo amarelo espalhado por todo o local sem pelo e sangue que apenas sujava a superfície do local, mas uma senhora abertura estranha e sem mais nem menos aparecida no pescoço dele, ninguém entendeu. O problema é que devido os últimos acontecimentos Ozzy não nos deixa chegar perto o suficiente para entender o que há no local, se é berne, se foi uma pedrada e muito menos aplicar medicação. No decorrer da semana um calor dos infernos árabes e ele não comendo quase nada e cada vez menos água bebendo, minha preocupação do que seria aquilo me fez criar coragem e tentar segurá-lo para olhar o local. Foram duas horas de tentativas até que no dia seguinte consegui passar a mão no local muito rapidamente pois logo que toquei num ponto onde não estava pelado mas parecia machucado com um tufo de pelos colado ele reagiu e não me deixou mais chegar perto.
A foto tá virada, mas essa é a pedra que encontrei |
Sobe orientação de uma leitora e amiga, Val heavy metal que além de ajudar voluntariamente no resgate de animais de rua, também estuda nessa área consegui um talco para pulgas e carrapatos muito bom e a indicação de um spray prata para passar no local para dar algum tratamento até consegui passá-lo por um veterinário. Aos poucos ele foi aceitando o talco, muito ressabiado e em alguns momentos arredio, mas o spray que pra mim é o principal para ajudá-lo ainda não conseguimos aplicar com satisfação cobrindo todo o local machucado. A dois dias atrás no mesmo rumo onde encontramos as pedras, achei uma pedra enorme e toda pontiaguda, o que me fez questionar se este não seria o motivo que causou esse ferimento, uma pedrada nesse local por uma pedra dessas me gerou a dúvida se não seria este o motivo real do stress do meu cachorro de estimação, ele anda passando alguma atribulação quando não estamos em casa e imaginar que ele possa ter sofrido 5 meses desse tipo de crueldade por bel prazer de crianças mal educadas que não conhecem seus limites me deixou revoltada e nervosa, onde agora pressiono meu marido a ir novamente na vizinha e tentar conversar mostrando a ela a pedra que achamos, para que acabe a sonsice sobre o não conhecimento do que os filhos fazem e se estabeleça limites que por si só já tem um muro para informar. Por enquanto fico na minha, mesmo cuspindo marimbondos, porque não gosto de brigas e as evito o máximo, principalmente quando me vejo irada por algo, e espero sinceramente não ter de ser eu mesma a resolver, pois como diz um velho ditado, quer ver uma mãe virar uma fera é mexer com os filhos dela, não concordam?!
FIM.
O vídeo abaixo foi feito e postado no face para ver se alguém ou algum veterinário me ajudaria na identificação do que poderia ser o ferimento, antes de eu adquirir os remédios.