Dona da Porrah Toda

"Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real..."

SNAKES

Quem não tem medo de cobra é um agraciado de Ozzy. Eu posso dizer também que não tenho medo, porque não tenho mesmo, eu tenho é verdadeiro pânico dessa espécie animal. Só o nome me faz gelar os ossos do corpo e ganho de qualquer um na sessão de calafrios que arrumo quando me vejo num assunto deste tema.

Aqui no meu bairro e principalmente aqui nas imediações da minha rua estamos sempre sendo surpreendidos por elas. Parece uma sinfonia sombria pois não passamos um dia sequer sem ouvir os gritos ou a história de alguém que topou com uma venenosa ou não, em cima da cama, debaixo das cobertas, embaixo de fogão, geladeira, em cima de guarda-roupas, enroladas no edredom, dentro de privadas, descendo ou subindo paredes de muros e casas.

Logo no primeiro dia morando no meu barraco sweet barraco tive uma surpresa nada boa com a peçonhenta. Estava no tanque de roupas tirando pressão de uma panela quando senti algo e imaginei que fosse água que caía no peito do meu pé e quase tive um troço quando vi que o que estava em cima do peito do meu pé era a barriga de uma cobra que passava bem por cima dele. Na hora a ultima coisa que pensei foi ficar quieta como orientam, o susto me fez mexer e ela na agilidade sumiu se enfiando atraz do tanque. Corri que nem louca gritando desesperada pra porta de casa porque meu filho e dois coleguinhas estavam lá dentro e o desespero só não foi maior porque ao ligar para meu namorido em pânico, ele que já estava perto de casa acelerou e chegou rapidinho. Mas a presença dele só meu acalmou porque não encontrou nada. Até hoje não sei se ela saiu pela greta do portão dos fundos (de onde imagino que ela entrou) ou se está até hoje em algum lugar me espreitando neste quintal.

Nem uma semana depois outra situação envolvendo uma peçonhenta me fez parar de dormir completamente. Um vizinho batendo tarde da noite em nosso portão avisava que uma cobra preta havia atravessado a rua e ele estava na duvida se ela havia entrado em nossa casa ou a casa de baixo, mas logo a viram na parede da casa de baixo tentando subir a parede da nossa casa, novo desespero. Passado quase dois meses, esse fim de semana voltei a viver o terror com esse mal rastejante, três corais apareceram na casa vizinha e como não temos muro, ao tentarem capturá-las, duas delas escaparam e foram vistas no nosso lote, como estava tarde da noite o vizinho não quis arriscar ir atrás delas para pegá-las então meu desespero começou novamente pois não sabemos se alguma delas podem ter entrado e estar escondida por aqui ou se passaram direto para o lote vizinho.

Nessas indas e vindas daquelas que se consideram donas desse habitat até então natural para elas, sei que ando desanimada em acreditar que murando nosso lote elas irão desaparecer e começo a entender que talvez o monte de placas de vende-se que há na minha rua principalmente nos lotes que tem área verde no fundo não seja somente pela falta de comercio no bairro ou pelo horário escasso do ônibus.

PRONTO FALEI: Devido meu estado de pânico constante sobre o tema, não me atreví a procurar fotos na internet, já ando vendo cobras demais, obrigada!