Dona da Porrah Toda

"Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real..."

FAITH

Entre a favores e contras a votação da lei que autoriza a mãe de fetos anencéfalos interromper a gestação através de um aborto legalizado (a propósito a lei consiste nisso, que essa mãe não responda e seja julgada criminalmente pelo ato), notei que a maioria esmagadora das pessoas não entenderam muito bem o motivo e causa da votação e dessa falta de entendimento surgiram polêmicas e por aí vai. Nesses dias foi possível (e ainda é) ler e ouvir de tudo, houve quem absurdamente se manifestasse até mesmo dizendo que isso não era coisa pra homem votar ( de todas as asneiras que eu li por aí essa pra mim foi a resposta que demonstrava maior ignorância e falta de conhecimento do que se estava comentando) e até os que eram a favor da aprovação da lei defendiam a mesma por motivos alheiros ao que a lei de fato defendia, resumindo...ninguém entendeu.

Com isso as manifestações de reprovação (principalmente as religiosas) tornam-se cada vez maior tentando serem ouvidas e atendidas, mas a decisão do TSF continua em vigor. O fato é que são religiosos e defensores da vida de um lado, científicos, céticos e defensores de opinião do outro e no meio e maioria absoluta, as mães que, independente do que diz ou defende um lado ou o outro continuam com o poder de decisão final, afinal e a meu ver e assim como já acontece de forma clandestina por aí, se uma mãe decidir não prosseguir com sua gestação sendo ela anencéfola ou não, ela, mesmo sob risco, passível de condenação e seqüelas relacionadas a saúde, vai dar um jeito de realizar este aborto; da mesma forma que, uma mãe que decida levar sua gravidez adiante e mesmo sob todos os riscos de saúde seja ele um feto anencéfalo ou não, vai seguir com sua gestação até dar a luz... resumindo... aprovar a lei a meu ver seria o que de fato é, apenas uma permissão para que isso aconteça de forma legal e sem os riscos que a clandestinidade do ato traz para esta mãe que por seu motivo particular não quer passar por uma gravidez assim.
Para aqueles que ainda se vêem como eu entre o céu e o inferno de uma decisão assim, caso acontecesse com vocês, procurei por relatos de mães que interromperam e prosseguiram com a gestação de seus filhos anencéfalos, mas infelizmente ou felizmente só consegui encontrar relatos de mães que não quiseram abortar então deixarei aqui os link's das histórias que entre muitos relatos que li mais me chamaram mais a atenção por serem histórias de vida real de quem optou em se preparar para a vida mesmo curta de seu filho. A HISTÓRIA DE FAITH (se não sabe ler inglês faça como eu, deixe ativado tradução da página ou use o google tradutor ;) ) e a história de Gisele e Jander, pais de Ana Clara (imagem acima), Mineiros que enfretaram a dor com Incondicional Amor de e como verdadeiros pais (clique AQUI para conhecer a história deles, é mais uma prova de que vale a pena a vida!).Não tenham preguiça, clique nos link's traduzam e leiam, assistam principalmente o último vídeo de Faith chamado IN MEMORY LOVING (não há como compartilhar, por isso não postei aqui) é a prova final para quem tem alguma dúvida se vale a pena ou não passar por todo sofrimento de dar a luz a um filho que vai nos deixar. E se encontrarem algum relato tão tocante como este, de mães que interromperam sua gestação, não deixem de postar aqui pra gente nos comentários, pois eu queria muito, só infelizmente não encontrei, okays!! (comentem de qualquer forma, ficarei muito grata, eu ando sedenta de comentários por aqui :) ).

PRONTO FALEI: Esses dias comentei no blog GM (gordinhas maravilhosas), num post que falava sobre o tema mas me insentei de dizer se era a favor ou contra a lei, porque para mim é obvio que a lei deve ser aprovada, isto porque a lei não demanda nada além de amparo para as mães que decidam interromper, a escolha ainda é particular de cada uma como eu disse e acho absurdo isso estar em discursão. Então resolvi postar lá meu ponto de vista partindo do que eu acredito que faria se acontecesse comigo e ao me deparar com a história de Faith ví não estava romantizando ou alienando nada pois alguém já tinha feito acontecer da mesma forma que faria caso acontecesse comigo. Eu sou a favor da lei para permitir a quem não tem condições psicológicas, financeiras e emocionais de passar por este sofrimento absurdo intervirem na sua gestação, mas eu como mãe e no meu entendimento do que é ser mãe ( e a história de Faith é bem isso) sou a favor e defendo a vida e mesmo sabendo no quanto isso iria me atingir também psicológicamente e mesmo sem condições financeiras eu deixaria a vida agir por ela mesmo talvez e findar seu curso quando lhe fosse conveniente, afinal é da vida o poder de findar-se e não nosso.

** todos os créditos e locais de onde foram retirados fotos e relatos estão devidamente linkados.