Dona da Porrah Toda

"Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real..."

O que a gente não faz por um filho

 Eu realmente queria ter colocado o título do post como "o dia que o diabo entrou na igreja", até cheguei a digitar todo o texto envolvida no tema, mas como o que dá sentido ao post de hoje nem é tanto o que eu fiz, mas sim o porque de eu ter feito, poupei vocês de mais um ataque herege meu e resolvi reescrever o texto kk.

Na última quarta.f eu posso dizer que fiz o sacrifício master da minha vida (se bem que pensando aqui agora, pode ter mais um que eu venha fazer). Depois de quase 27 anos sem entrar numa igreja católica, por falta de opção, tive de fazê-lo. Dizem que a gente tem opção em tudo na vida, e isso é verdade. E a gente pra seguir a opção que  nos convém podemos até ferir uns, magoar outros mas isso acaba quando o foco desse dilema passa ser nosso próprio filho e ai kra, a gente fica sem opção, porque o lance é direto, é faca na caveira como já dizia um certo capitão nascimento aê, eu essa semana botaram a faca no meu pescoço hehe.

O lance é que a escola do meu filho resolveu fazer um evento de ação de graças na igreja referência do bairro onde fica a escola (igreja de são judas tadeu) e até então eu achei que fosse um evento como geralmente fazem e iam usar a igreja apenas como locação de espaço. Tão logo veio o bilhete na segunda.f explicando melhor o que ia rolar e eu lendo o bilhete era só suspiros do tipo "queo pareo, tinha uma idéia melhor não...vou não véi, nem pensar...vou nem falar pro Rico que é pra não rolar expectativa" e realmente estava decidida a fazer isso, não contar nada pro meu filho, justamente porque não queria chateá-lo dizendo a ele que a gente não iria. Como TODOS na família sabem bem do desafeto que tenho com igrejas e afins e da minha falta total de fé em religião e tudo que ela envolve, minha irmã que o buscou na segunda.f e que foi a primeira a saber do evento, tratou logo de falar a diretora que poderia levar meu filho, mas que não era pra contar com nossa presença (minha e do meu namorido) porque a gente não entrava em igreja. A diretora achando se tratar apenas de algo banal, momentâneo não acreditou, mas minha irmã retrucou afirmativa que ela não criasse esperança, visto que nem no batizado da filha dela, minha sobrinha eu fui (aliás não é segredo pra ninguém que um dos motivos dos meus amigos de infãncia terem se afastado um pouco de mim é devido eu ter deixado eles sem madrinha de casamento no dia do casamento de cada um, isso porque mesmo tendo-os avisado que eu não entrava em igreja de jeito nenhum e não iria, eles, achando que eu acabaria cedendo essa regra pela amizade acabaria indo...resultado, todos em suas respectivas épocas acabaram tendo de arranjar uma substituta em plena realização de casamento e eu não presenciei nenhum amigo meu de infância se casando nem da porta da igreja, o que acabou afetando diretamente nossa relação. Hoje em dia alguns deles reconhecem que foi erro deles ignorar totalmente o que eu havia falado e até nossa vivência, porque sempre conviveram com uma pessoa que odeia igreja e não foi uma atitude momentânea, mas meu melhor amigo até hoje não perdoa, conversa comigo mas não perdoa, visto que na cabeça dele somos melhores amigos e eu tinha de ter demonstrado isso como sacrificio de amizade...enfim...já foi, e façam vocês o julgamento que quiserem de mim, mesmo entre mortos e feridos é algo que eu não me arrependo, faz parte do que eu acredito, então).

Agora mais conhecedores e entendidos da minha relação eu x igreja, vocês devem estar no mesmo pensamento que minha irmã, pois tal qual foi a surpresa dela quando ouviu mesmo num tom de voz contraditório que eu iria néh, fazer o quê. Acho que a ficha dela não caiu até hoje, afinal são 27 anos sem pisar numa igreja, com uma postura incorrupta sobre o assunto, não fui nem no batizado da minha única sobrinha, provavelmente ela pensou, e acho que a preocupação que ela teve em achar que eu ia arregar na hora H e acabar frustando o Rico, fez ela ressaltar que eu não precisava ir, que a diretora já estava ciente que eu não entrava em igreja e se mostrou conformada embora no fundo aguardava esperançosa uma mudança de atitude minha quem sabe na última hora, já que o meu filho ia fazer uma apresentação, e esse motivo talvez me levasse a quebrar essa regra.

Percebendo a preocupação disfarçada em "fica sussa" da minha irmã, sosseguei ela dizendo que não ia ser o melhor dia da minha vida, nem tão pouco agradável, mas eu ia, nem de longe pela igreja ou pela missa, mas unica e exclusivamente pelo meu filho, um dos muitos sacrificios que provavelmente farei por ele no decorrer da minha vida, mas com certeza, por tudo que ja rolou comigo por conta de odiar igreja, o que eu sempre vou levar comigo como o maior. Como todas as duas estavam indo mais pelos filhos que por qualquer outra coisa, o mais certo é que ficaríamos do lado de fora da igreja, relembrando os tempos de pré-adolescencia quando eramos obrigadas por minha mãe a ir a missa e matavamos o tempo dela, do lado de fora fazendo bagunça ou em dias de poucas crianças apenas esperando o fim da missa pra voltar pra casa kk.

Afinal chegou quarta.f, eu e meu namorido animados como quem vai em velório (e olha que tem muito velorio animado por aí kk), já indo doido pra acabar kkk, na verdade se eu soubesse que eles só iam se apresentar no final da missa, antes do "estão despachados" teria dado um jeito de chegar lá só no final, so pra assistir meu Rico e pronto, voltar a paz infernal do meu hell doce hell kkk. É engraçado como nós metaleiros, mesmo não estando a carater temos cara de metaleiro, bem só pode, porque eu parecia um et na igreja, não tinha um dito que não olhava pra gente, e parecia que o padre tinha advinhado ou havia sido informado que haveriam "gente estranha" naquela "festa esquisita" porque eu senti o tempo todo que a missa toda foi uma indireta pra gente kkk ou vai ver que ele, assim como os malditos pastores fazem a missa atirando ao vento pra ver se fisgam alguém pra conversão néh kk.

Fato é que tirando os momentos de falação sem fim, cantigos demais, leitura demais e outros demais, consegui sobreviver com maestria, acabei encontrando uma amiga de escola por lá e colocamos alguns papos em dia, mas logo eu calei porque tenho aquele senso de respeito a fé dos amigos e como sei que ela é muito religiosa, embora eu tenha passado a missa inteira muito interessada em interromper esse silencio, preferir me ater ao relogio do celular e por total deslocamento e afinidade com aquilo tudo, ficar observando a reação do Rico a todo aquele mundo novo pra ele, já que ele até então nunca tinha entrado numa igreja. Ele viu tudo com olhar de criança, ou seja, como passou a missa toda ao lado dos coleguinhas de escola, mais "brincou quietinho" e ficou de "burburinho" com a mulecada que propriamente assistiu a missa, na verdade ele nem sacou que estava numa missa haha, seguia mais o que as professoras falavam ou faziam, como ajoelhar pra isso, bater palma, sentar, enfim...e de vez em quando olhava em volta curioso sem entender do que se tratava aquelas imagens, cruzes, bla bla bla. No resumo final disso tudo, ele gostou. Ele de vez em quando é levado a locais de oração por minha mãe que é kardecista e sabe rezar, na verdade ele gosta de fazer oraçõezinhas, mesmo antes de entrar na escola e ter mais contato com a avó e sem eu ensinar (sim, apesar de não gostar eu sei rezar, orar ou como queiram chamar, conheço a bíblia toda, mas que novidade, não dizem que o diabo também conhece, então kkk, por isso até que zuei no inicio do post sobre o titulo "o dia que o diabo entrou na igreja", muitos vão dizer que a comparação é nefasta, o que só vem a calhar, eu não sou nefasta também...então kk) ele desde muito pequeno já orava e eu achava até estranho, porque pensava, quem ensinou ele rezar?!, mas como dizem que criança vê o que a adulto não vê, vocês já podem deduzir como ele pode ter aprendido néh. Sinceramente eu não ligo, não sou aquele tipo de agnostico que quer criar o filho a sua imagem e semelhança, se fosse, meu filho já seria metalhead e sem fé como eu, mas acredito que faz parte da nossa responsabilidade e natureza de mãe dar ao filho o caminhos na vida, qual ele vai seguir, é uma coisa que só cabe a ele.

Nossa, esse post ta ficando grandaço, então encerro por aqui. No fim tudo compensou porque meu filho adorou ver os pais por lá assistindo e aplaudindo a apresentação dele, foi assunto desses dois dias e apesar dele ainda não compreender o tamanho do sacrificio que fiz por ele, me sinto feliz (mas evitaria fazer de novo kk) de saber que fui capaz de passar por isso até melhor do que eu esperava, é isso aí é como diz aquele velho deitado, ser mãe não é outra coisa senão padecer no paraíso! b.f.d.s


PRONTO, FALEI : Porque as pessoas não tiravam os olhos de nós ?..Porque éramos os únicos na igreja que não batiam palmas, não cantavam, não concordavam nos améns, não ajoelhavam, não levantavam as mãos no "oremos, rezemos sei lá", sentavamos na hora de levantar, levantavamos na hora de sentar e não, obviamente não compartilhamos do corpo do Cristo (fato, acho pouco provável o corpo dele caber naquela bolinha branca chamada de óstia). Acharam que iam escapar da minha heresia kkk ???